segunda-feira, 11 de maio de 2009

Rufino Maia

Ao longo, recatada, na modéstia altiva,
Quase solitário como a fugir do mundo,
Estóica e bela, farmosa e pensativa,
A terra amanda do meu amor profundo.

Ei-la sobre a serra do mesmo nome, viva,
Ávida de progresso e a pensar bem fundo,
Dentro das serranias que o panorama aviva
De lindos painéis e do chão fecundo.

Como relembro a minha terra amada!
O povo simples a espargir bondade
No doce berço do natal torrão.

Suíca do meu bem, terra idolatrada,
Há semelhança em nós de liberdade
Neste teus cimos que abonam a amplidão.

Crônicas

O SETE DE SETEMBRO EM PEREIRO
(Francisco Walmiro de Carvalho, Escritor e Poeta)

Minha querida cidade que é Pereiro
comemora hoje garbosa, eu me lembro,
Esta data memorável de nossa história,
É o festejado Sete de Setembro.

A linda praça da Matriz está repleta
E o povo todo se aglomerando nas calçadas,
Para assistir de perto estas crianças
Que desfilam vistosas e bem fardadas.

No coreto as autoridades de nossa terra
Estão presentes a esta festa estudantil
Pois com certeza esta juventude que desfila
Será, bem breve, grande futuro do Brasil.

E o povo todo aplaude nossos estudantes
Com delírio, com ovação, com calor
Demonstrando que tem como nossos jovens
Muito carinho, dedicação, muito amor.

O Pingo de Gente sempre foi grande atração
Pois são crianças que marcham inocentes,
E suas mestras, que carinho lhe dedicam,
Mostram que são dedicadas, competentes.

A Escola Nilda Campos, Logo em seguida,
Ao som dos tambores, marcha na estrada,
Pisando firme, demonstrando galhardia
A esta gente de nossa terra idolatrada.

O colégio cenecista, com muito garbo
Desfilar com denodo, garra e coração,
E, ao passar em frete à grande massa
Dela recebe muito aplauso, muita ovação.

Temos enfim o Virgílio Correia Lima,
Tradição cultural esta escola encerra,
Por ela já passou muita gente ilustre
Quem representa lá fora a nossa terra.

E esta data do dia Sete de Setembro
Lembra que Dom Pedro, com grande porte,
Puxou a espada e gritou a seus soldados,
Bravos: Laços fora, "Independência ou Morte!".

Isto, porém, aconteceu há muitos anos
No Riacho do Ipiranga, com certeza,
E, a partir desse momento, nosso Brasil
Deixou de lado o trono e a realeza.

Cento e sessenta anos comemoramos
Com muito civismo nossa Independência,
Foi na era de mil, oitocentos e vinte e dois
E dela todo o mundo tomou ciência.

E nesta data magna de setembro
Eu sinto reminiscência, sinto saudade
Do Coreto antigo, da Áquia e do Obelisco
Que adornavam este praça da cidade.

Sinto saudade da Intendência antiga
Que ficava nesta praça ali no fim,
Era, na época, o maior prédio da cidade
E esta lembrança nunca sairá de mim.

Sinto saudade de muitas coisas belas,
Mas, o passado, deixamos para trá
Vamos viver com fé nosso presente
E mentalizar um futuro bem capaz.

A cidade e o Pereiro que se vê
Deixando enfim o Pereiro que se viu,
O verde, o amarelo, o azul e o branco
São, por sinal, as lindas cores do brasil.

A educação deu um passo mui gigantesco
E a saúde enfim grande progresso,
O transporte se expandiu por toda parte
São realizando que vejo e que confesso.

Pereiro é terra de bonitas jovens
E de rapazes viris e inteligentes,
Nossas mulheres são nobres são delicadas
E os nossos homens trabalhadores e competentes.

Esta nova fase que, aqui, experimentamos
Nesta linda terra certamente aconteceu
Foram obras que serão inesquecíveis
Na grande administração de Irineu.

O Município de Pereiro é conhecido
Não somente no Cerá, porém, além,
No nordeste todos falam de Pereiro
E por não dizer em São Paulo Também.

E debaixo de um céu primaveril
Ergue-se belo, altivo e altaneiro
Abençoado por São Cosme e Damião
Este torrão amado que é Pereiro.

E parodiando Bilac, grande poeta:
" Amai, com fé, a terra em que nascestes
Moças,rapazes, homens e mulheres
Vereis jamais nenhum Pereiro como esté".

Centenário

No dia trinta de agosto de 1990, a cidade de Pereiro completou cem anos de independêcia político-administrativa, à frete o jovem dinâmico prefeito José Irinel de Carvalh. ali estivemos participando das comemorações do evento que aconteceu na mais cordial, fraterna e carinhosa manifestação do seu povo. Tivemos o prazer, a alegria de abraçar muitos parentes, conterrâneos e amigos. Ao mesmo tempo, saboreamos com alma os doces enlevos de uma natureza serrana encantadora. Verificamos que a cidade com suas artérias multiformes, ora retas, ora sinuosas,conserva ainda a imagem original ou de nascença, apesar da modernidade que se lhe implantaram. Sobrepõe-se-lhe esbelta e majestosa a Igreja Matriz de S. Cosme e Damião, padroeiros da terra, fincada em tão próprio lugar, que poderia nomeá-la como o principal cartão de visita ao adventício. A paisagem serrana é maravilhosa. Entrecruzam-se as serras em relevos que se alternam como se fosse numa confraternização do belo físisco-geográfico. Do lado do nascente, o monte, em cujo ápice a imagem do Cristo Redentor, como se estivesse a pastorear o rebanho da minha terra natal. Dali descortina-se o panorama da cidade, o açude grande que lhe beija um lado e de um número de serras que se prolongam em vários direções. Em Meio a essa pujante natureza, os pereirenses se abraçaram, famílias e visitantes confraternizaram, comemorando um século de lutas e de glórias, A orquestração da passarada, em verda deira sinfonia, confundia-se com as alvoradas musicais cujo eco se estendia aos mais distantes recantos. Rememoram o passado, os tempos de criança, as casa onde nasceram, os homens de outras épocas. Fiquei muito alegre em ver minha terra natal cheia de fé e de esperança e o povo voltado para melhores dias. Cumprimos uma programação festivade 10 dias, qual jamais será olvidada pela sua elaboração e calou profundamente em todos os corações. Um pouco do Brasil pleno de tradições e civismo. Assim, viveu Pereiro prestigiado pelos órgãos governamentais, por todas as classes sociais, famílias tradicionais e por seus filhos ilustres.

Texto do Livro Serra dos santos cosme e damião.
Adauto Odilon da Silva.